Nesta segunda-feira, 21 de dezembro de 2015, um incêndio atingiu o museu da língua portuguesa, mesmo edifício que abriga a Estação da Luz, importante parada do sistema ferroviário paulista e ponto final das linhas 7-Rubi e 11-Coral da CPTM.
A estação foi inaugurada em 1867, e por volta de 1890 a São Paulo Railway – SPR, empresa da primeira ferrovia do estado de São Paulo que ligava o planalto paulista ao litoral, decidiu ampliar a parada em direção ao rápido crescimento da cidade na época. A nova estação foi inaugurada em março de 1901.
O incêndio desta segunda não foi o primeiro. As chamas destruíram a parada em 1946, dois dias antes da entrega da SPR pelos ingleses ao Governo da União, devido ao término da concessão de 90 anos. O edifício foi reconstruído com um andar a mais, e reaberto em 1951.
Atendimento
Em boa parte do século XX, a estação abrigava trens de média e longa distância, que partiam da estação da Luz até o final de 1996. De acordo com o site “Estações Ferroviárias“, o local abrigava composições em direção ao Rio de Janeiro até o ano de 1991.
O local era ponto de partida de pelo menos 3 linhas, quando os trens que viam da região do ABC atendiam a região até em meado de 2011. A partir daí, apenas as linhas 7 e 11 passaram a ter o local como ponto final, além do serviço “Expresso Turístico”, com partidas aos domingos, da Luz até Paranapiacaba, Mogi das Cruzes e Jundiaí.
Integração Centro
Em meados de 2000 o Governo do Estado lançou o programa “Integração Centro”, onde era previsto um túnel de integração com a Estação Júlio Prestes, por onde seria possível o acesso com os trens da Linha 8-Diamante.
Existiu ainda planos de uma nova Estação da Luz, totalmente subterrânea, que seria construída onde hoje é o Pátio de manutenção , e abrigaria 4 das 6 linhas da CPTM. O projeto faz parte do plano de enterramento das vias férreas do eixo Lapa – Brás.
Porém, o projeto acabou sendo deixado de lado com o anúncio de uma nova estação no bairro do Bom Retiro, anunciado pelo Governo Estadual em 2014.
Curiosidades
– O material usado na construção da Estação da Luz foi importado, desde pregos a telhas de cerâmica, dos pesos à estrutura de aço. Os materiais foram trazidos da França, Escócia e Inglaterra;
– A Estação da Luz era originalmente conhecida como a Estação Ferroviária de São Paulo;
– Durante o século passado, a estação tornou-se uma porta de entrada para os imigrantes, de onde vieram de trem depois que eles chegaram ao Brasil no porto de Santos;
– Em 1982 o complexo arquitetônico da Estação da Luz foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat);
A Estação integradora com seis linhas ferroviárias no Bom Retiro.
Os planos da CPTM de desativar a estação Julio Prestes CPTM em foco-“Estação Júlio Prestes poderá ser fechada”, sob a alegação que esta subutilizada, é mais um capítulo do descaso que se impõem aos usuários de trens suburbanos, faz com que todos tenham prejuízos com esta decisão, porém os usuários da linha 10-Turquesa (ABC) foram os mais prejudicados.
Se a estação Júlio Prestes hoje se encontra subutilizada, é porque os planejadores não tiveram a sensibilidade de visualizar que esta estação terminal, só têm condições de receber composições provenientes de Barra Funda / Água Branca, inclusive os futuros trens regionais procedentes de Campinas, Sorocaba, entre outras cidades do interior, e linha 7 procedente de Francisco Morato, e se for para usar como terminal, porque não se transferiu a linha 7 para Júlio Prestes que fica próxima e esta subutilizada, uma passagem subterrânea poderia interligar estas duas estações com distância semelhante a percorrida pelos usuários da linha 10 até a estação da linha 3 do metro no Brás podendo os usuários terem acesso as linhas 1 e 4 do metro na Luz, ficando com três linhas de metro a disposição.
A estação da Luz já estava com seu limite esgotado quando teve por um planejamento mal executado a instalação uma estação subterrânea como terminal da linha-4 Amarela do Metro, esta estação do Metro deveria ser em outro local, jamais na Luz, sem que a estação Nova Luz, e a de Bom Retiro estar concluída, e antes que tentem justificar que os subterrâneos da estação Júlio Prestes esteja tombada, e por isto que a linha-4 Amarela não foi instalada lá, é a mesma situação da Luz.
A Estação Nova Luz que dizem estar planejada para ficar no lado oposto a Júlio Prestes, e poder ser utilizada como uma futura estação de integração com o TAV e ser interligada a ambas, pois a Luz é uma estação de característica de passagem, e não terminal, e é um desperdício logístico utilizá-la como esta sendo feito atualmente. O tempo perdido entre a chegada da linha 7 na Luz, desembarque, manobra para entrar na linha oposta, embarque e partida, chega próximo aos 5 minutos em plena região central de São Paulo, ficando claro ser um desperdício utiliza-la como terminal.
Nem conseguiram acabar com o caos da estação da Luz, e já estão “planejando” outros inúmeros transbordos na nova Estação Tamanduateí com as linhas 10-Turquesa, 2-Verde, e os monotrilhos Expresso ABC e Expresso São Mateus Tiradentes, com um agravante, de que as plataformas da estação Tamanduateí são mais estreitas que a Luz.
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O resultado disto é que hoje temos a Estação da Luz saturada e próximo ao caos, enquanto que a duas quadras a Estação Júlio Prestes subutilizada em um local estratégico, cujo destino previsto é de uma sala com “N” finalidades porem nenhuma como estação ferroviária de passageiros.